domingo, 3 de julho de 2016

Filme: “Amizades Improváveis”


“Amizades Improváveis” é eficaz, divertido e emocionante

Nota: 4 de 5

Não é de hoje que os filmes com pessoas especiais ou com algum tipo de deficiência, principalmente física, ganha destaque. Ultimamente, no entanto, ao invés de pensarmos que a história será triste ou de superação e até mesmo um drama pesado, eles vêm ganhando uma roupagem mais interessante e diferenciada, quebrando preconceitos de que as limitações do deficiente são um impecilho para se viver ou realizar sonhos. Os longas “Intocáveis” (“The Intouchables”) e “Como Eu Era Antes de Você” (“Me Before You”), são um exemplo disso. “Amizades Improváveis” (“The Fundamentals of Caring”), estreia do Netflix, é o caso semelhante mais recente.

Baseado no livro de Jonathan Evison, Ben (Paul Rudd) é um escritor aposentado que está em processo de recuperação após sofrer uma tragédia pessoal. Buscando algo rápido, ele resolve fazer um curso de 6 semanas e se torna cuidador de pessoas. Trevor (Craig Roberts) é seu primeiro paciente, um rapaz de 18 anos com um senso de humor peculiar, que sofre de distrofia muscular e que também possui um trauma pessoal.

A rotina de Trevor é a mesma todos os dias, até que Ben resolve embarcar em uma viagem para que Trevor possa vivenciar os locais que sempre teve vontade de conhecer na costa leste dos EUA. Ao longo do caminho, eles dão carona para Dot (Selena Gomez), uma garota autêntica e Peaches (Megan Ferguson), uma grávida ingênua e meiga. Sua participação é secundária, mas o desencadeamento de sua história é o ápice para o desenrolar do trauma de Ben. Inclusive, a forma como esta cena foi gravada em específico é delicada, mesclando as narrativas com o desfecho delas.

O longa é um tanto quanto curto para tantos acontecimentos e soluções dos problemas emocionais dos personagens principais, mas convence bem, apesar de que o excesso de palavrões é dispensável. As dificuldades do dia a dia de Ben com Trevor são mostradas com bom humor devido a personalidade dos dois. O relacionamento de Trevor com a mãe também é especial e espontâneo, sem lamúrias. A trilha sonora é boa e combina com as etapas da viagem. A fotografia é deslumbrante, principalmente o local em que Trevor tinha como meta de vida visitar.

Com boas atuações, o filme consegue transmitir a mensagem de que realizar seus sonhos não é impossível, especialmente quando se pode contar com amigos; que se abrir para novas propostas pode ser prazeroso e que em tempos de crise, você consegue enxergar possibilidades que talvez não aceitaria se não estivesse vivendo aquele momento, mas que se tornam cruciais para o futuro desenvolvimento pessoal.

Ficha Técnica
Elenco: Paul Rudd, Craig Roberts, Selena Gomez, Jennifer Ehle, Megan Ferguson e Frederick Weller
Diretor: Rob Burnett
Duração: 97min


sábado, 2 de julho de 2016

Filme: "Amor Sem Fim"


“Amor sem Fim” (“Endless Love”) é cheio de clichês, mas vale como uma distração

Nota: 2 de 5

O filme de 2014 é um remake do de 1981 e conta a história de Jade Butterfield (Gabriella Wilde), uma garota de 17 anos que aparenta ter um futuro brilhante em medicina. De família rica, seu pai, Hugh (Bruce Greenwood), é superprotetor e autoritário. Quando Jade se apaixona por David Elliott (Alex Pettyfer), um garoto humilde e com um passado conturbado, Hugh faz de tudo para mantê-los afastados.

O comportamento do pai de Jade é sutilmente explicado ao longo do filme, com um acidente que poderia ter sido evitado. Mas é aquela história… às vezes na vida precisamos enfrentar situações mais extremas para poder abrir os olhos e analisarmos as próprias maneiras.

O longa poderia até se garantir como um bom romance adolescente, mas se rendeu completamente aos clichês: a mocinha inocente (sem graça) e rica com um futuro traçado, o mocinho cavalheiro-romântico com boas intenções e pensamentos otimistas, o pai controlador, a mãe mais liberal e um irmão subestimado pelo pai. Soma-se isso ao fato de que a maioria das atuações não convence e também a rapidez dos acontecimentos, a falta de demonstrar a história mais elaborada e de dar mais importância aos ápices do filme.

A trilha sonora é excessiva, em cada parte que foi possível encaixar uma música ali, foi feito; deixou o filme carregado por faixas que muitas vezes não agregavam ou ainda desnecessárias, e em certos momentos até mesmo irritam o telespectador. A fotografia, no entanto, é singela e agradável.

“Amor Sem Fim” é mediano e descompromissado, um romance “antigo” que parece não se encaixar com o mundo moderno em que se é apresentado. Além disso, o filme estreou em uma época em que “A Culpa é das Estrelas” bombava nos cinemas. Ou seja, os adolescentes estavam focados em um outro tipo de romance-drama.

É aquele melodraminha que passa uma mensagem positiva de que tudo vai dar certo no final e debate, mesmo que de leve, questões sociais e de como a personalidade de uma pessoa é afetada quando, neste caso, se encontra o verdadeiro amor, não importando quantos anos você tenha.


Ficha Técnica
Elenco: Gabriella Wilde, Alex Pettyfer, Bruce Greenwood, Joely Richardson, Rhys Wakefield, Robert Patrick e Dayo Okeniyi
Diretor: Shana Feste
Duração: 104 min

sábado, 28 de maio de 2016

Álbum: "Dangerous Woman" - Ariana Grande


Ariana Grande satisfaz com som maduro e pop em  "Dangerous Woman"

Pensar que Ariana Grande começou a carreira em 2009, mas que já conquistou muita coisa de gente "grande" e mais ainda de alguns artistas que estão nessa "desde sempre", não é para qualquer um, ainda mais com apenas 22 aninhos.

A expectativa sobre o novo CD dela, "Dangerous Woman", estava muito elevada, principalmente depois de começar a promoção do álbum com o single carro-chefe de mesmo nome, ficar no top 10 da principal parada norte-americana de músicas e ser aclamada pela crítica devido a maturidade de som e vocais da canção.

A espera terminou no dia 20 de maio, quando o CD foi lançado com 11 músicas na versão "standard" e 15 na versão deluxe norte-americana. O material prova o que a cantora tem reforçado ainda mais nos últimos tempos: a sua voz é realmente incrível (supera muitas por aí atualmente) e harmoniza bem com diferentes estilos entre pop, R&B e hip-hop, sabiamente escolhidos pela produção. Seus gemidos, gritinhos e tons agudos, já marca registrada, continuam bem marcantes e presentes ao decorrer das canções, porém, nada que entedie. É um álbum muito bom e que garante a balada na maioria das faixas ou simplesmente ouvir sem compromisso.

O álbum se inicia com a  "Moonlight" (tão esperada pelos fãs e remanescente de "Honeymoon Avenue" de seu trabalho passado), uma música bem melosinha, com ênfase em seus tons suaves de voz e com alguns toques que lembram canção de ninar em sua introdução. A música chega a ser destoante do resto do álbum, tão sexy e animado.

"Dangerous Woman" vem logo depois, com uma pegada pop e R&B, guitarrinha ao fundo e Ariana gastando a garganta lindamente, mas um tanto excessivo em certos momentos. A terceira música da tracklist, "Be Alright" é a minha preferida. Seu ritmo mais gostosinho, simples, com toques meio "disco" e a voz de Grande perfeitamente encaixada, deixa a música sobre otimismo ("nós ficaremos bem") praticamente perfeita. Fiquei na esperança de que fosse virar single além do promocional do CD.

"Into You" é oficialmente o segundo single de "Dangerous Woman" e diverge do primeiro, pelas suas batidas bem mais pop, vontade de dançar e cantar junto. O clipe foi lançado pouco depois do CD e é um dos melhores da carreira dela até então.


O álbum também conta com 4 participações, que garantiram uma vibe mais elaborada para as músicas. "Side to Side" conta com Nicki Minaj para deixar a faixa com batidinhas meio reggae com cara de rap e dar um toque mais agressivo ao tom suave de Ariana. "Let Me Love You" é quente, sensual, com uma temática parecida a de "Love Me Harder", mas não convence. A participação de Lil Wayne não agrega muito, é curta e estrategicamente posicionada. O melhor dela foi os cabelos cacheados de Ariana no clipe promocional!

"Leave Me Lonely" poderia muito bem virar trilha sonora de algum filme de ação-romance. A colaboração de Macy Gray à faixa ficou excepcional, já que sua voz grave e rouca adapta a suave e gemida de Grande. Fechando os "featuring", o rapper Future aparece em "Everyday" para complementar os vocais de apoio e dar o ar de sua graça em uma canção que não acrescenta.

"Greedy" é divertida, gostosa, cheia de clichês do pop e conta com uma Ariana brincando com diferentes tons de sua voz ao longo de seus 3 minutos e meio.

"Sometimes" contém uma vibe meio Jason Mraz e Colbie Caillat em princípio e só.

"I Don`t Care" é o mais próximo de baladinha que o CD se aproxima, com Grande "arrastando" sua voz e seus gemidos ao longo. Qualquer semelhança ainda mais próxima e forte com Mariah Carey é mera coincidência!

Em "Bad Decisions", a cantora é apaixonada por um "bad boy" que a faz cometer... decisões erradas (oooohhh!) e assim como em  "Into You", "touch my body" tá presente na letra porque rima e ela gosta!

"Touch It" e "Knew Better / Forever Boy" são medianas, sendo a segunda bem repetitiva. Finalizando com "Thinking Bout You" na versão deluxe, Ariana gostaria que o mocinho estivesse com ela e tudo o que faz é pensar nele com muitos gemidos, "yeyahhh", "oooohhhhh" e "baaaaby".


sexta-feira, 27 de maio de 2016

Álbum: 7/27 - Fifth Harmony


7/27: Fifth Harmony faz bonito em álbum pop-R&B

Depois de todo o sucesso e notoriedade que conseguiram pós-X Factor, as meninas do Fifth Harmony aos poucos, conseguiram ser mais reconhecidas e não serem só uma girl band passageira. Firmaram-se no mercado com o primeiro CD, composto por músicas chiclete, pop e letras leves, de amizade e amorzinho.

Em "Work From Home" elas deram uma prévia do que viria no segundo álbum do grupo. Com batidas de R&B, letra de conotação sexual e muita sensualidade, elas conseguiram se reinventar e provar para o mundo que vieram mesmo para ficar. A música foi um sucesso, conquistando o top 5 da Billboard Hot 100, feito inédito até então para o grupo.

A espera para poder ouvir o novo material foi longa, mas por uma boa causa! O lançamento marcado para o dia 27 de maio não foi à toa, já que marcou o primeiro dia no X-Factor em que elas verdadeiramente se juntaram como grupo.

O álbum contém 10 músicas na versão "standard" e 12 na "deluxe", o que de fato não é muito, mas foi suficiente para demonstrarem o quão potente suas vozes soam e o quão juntas, soam ainda melhor. As canções estão mais maduras (porém repetitivas por demais), abordando temas que vão desde o amor, sexo, amizade a situações cotidianas, com uma pegada forte no R&B e a mega sensualidade que andam mostrando em apresentações por aí (por vezes forçada e até desnecessária) está presente nas batidas e nas vozes.

A produção foi realmente bem pensada na hora de escolher qual estrofe, verso ou refrão cada uma das meninas ficaria em qual faixa. Confesso que me confundi e reconheci poucas vezes a de Normani. A da Camila (a mais popular do grupo e uma das mais queridinhas para geral, mas eu não acho) aparece em momentos estratégicos na maioria delas, já que é a mais diferente. Lauren ganhou mais destaque neste CD e podemos ouvi-la nitidamente em quase todas. Dinah é a mini-Beyoncé e seu vozeirão é facilmente reconhecido. Ally (para mim, a melhor e a que mais gosto) é a mais versátil enquanto tons de voz e faz bem feito na maior parte delas.

O material começa com a gostosinha "That`s My Girl", praticamente uma celebração de amizade que contempla a autoestima.


"Work From Home" é uma das mais sensuais do CD. A letra é chiclete, as batidas de R&B são contagiantes e é daquelas que te faz ficar na cabeça o dia todo. A participação de Ty Dolla $ign complementa o ritmo e dá uma graça extra as vozes femininas.

"The Life" possui um ritmo muito legal, com batidas sintéticas e contagiantes, mas a música não convence por seu refrão que repete e repete e repete e repete e repete... muita vida pra pouco mais de 3 minutos!

O segundo single promocional do CD que ganhou um clipe lindo foi a baladinha fofa "Write On Me", na qual é possível ouvir as vozes das meninas mais "cruas" comprovando que nenhuma delas fica para trás no quesito poder vocal.


"I Lied" deve ter sido pensada para as pistas, já que possui uma batida super eletrônica (e que ficou meio over) em determinados momentos pré-refrão. A letra narra um amor falso que elas diziam sentir por um ex.

Elas apresentaram "All In My Head (Flex)" no "Dancing With the Stars" pouco antes do lançamento do CD e ao que tudo indica, será o segundo single oficial do material. A versão de estúdio soou bem melhor do que a apresentada no palco, já que contou com um toque rapper do Fetty Wap. A canção é bem leve, descontraída e contém umas batidas meio reggae ao fundo.


Como em todo álbum pop, baladinhas são marca registrada e têm que ter mais de uma para ficar completo! "Squeeze" é outra com uma letra fofa de amor e o quanto o boy magia faz bem. A batidinha é mais lenta.

"Gonna Get Better" começa delicadamente com alguns instrumentos reais que a faz soar lenta no começo, mas o ritmo R&B vem logo após para deixar-lá melhorzinha, enquanto as meninas entoam uma letra pedindo somente o amor do moço, que as coisas vão melhorar e que não importa o que aconteça, elas não vão abandoná-lo e trocá-lo por alguém enriquecido. O último minuto da faixa é repetitivo por demais, fica sem paciência e pula logo esta faixa!

Até dá para acreditar que ao fundo tem uma batida mais latina em "Scared Of Happy", o que combina bem com as vozes em tom mais forte e grave. Porém, seu refrão tem alguns segundos de uma pegada eletrônica que destoa.

A última colaboração do CD é em "Not That Kind Of Girl", faixa bem pop, que conta com Missy Elliott e um super mix das vozes das cinco que caiu muito bem. A participação da rapper enrique a canção, que bem que poderia virar um single!

"Dope" só entrou na versão "deluxe" do álbum e foi considerada "explícita" porque as mocinhas se rebelaram e agora falam "f*cking" no meio do refrão; a letra foca em um moço extremamente irresistível que elas querem muito e vão fazer de tudo para conquistar.

"No Way" poderia ter sido incluída na versão "standard" do álbum. Letra bonita e frágil, a faixa-baladinha consegue te hipnotizar pela potência das vozes das meninas.

O álbum mal foi lançado e já conquistou o topo do iTunes em mais de 40 países; as críticas que saíram até então estão positivas. Sim sim, elas têm capacidade para crescer mais e mais (sabem cantar muito, as apresentações são sempre sucesso com danças maravilhosas e são simpáticas) e se nada der errado e elas não inventarem de se separar logo, ainda ouviremos muito de Fifth Harmony! Ainda bem! :D

quinta-feira, 26 de maio de 2016

Filme: "Longe Deste Insensato Mundo"


"Longe Deste Insensato Mundo" é despretensioso e conta com uma bela fotografia

Nota: 3 de 5

Minha mãe um dia desses me disse que havia visto um filme na TV que "era lindo" e falava de amor e trabalho. "Longe Deste Insensato Mundo" ("Far from the Madding Crowd") está disponível no Netflix e como boa cinéfila e curiosa, fui logo assistir.

O longa é baseado em um livro e se passa na Inglaterra, em 1827. A história narra a vida de Bathsheba Everdene (uma ótima Carey Mulligan), uma jovem órfã, independente e feminista que herda uma fazenda enorme de um tio morto. Antes de se mudar para controlar a nova riqueza, ela recusa um pedido de casamento do então bonito vizinho, Gabriel Oak (Matthias Schoenaerts). Já na nova propriedade, Gabriel acaba indo trabalhar para ela e a química continua intensa apesar de ela se negar. No entanto, ao lado de sua nova fazenda, seu vizinho rico e mais velho, William Boldwood (Michael Sheen), começa a assediá-la e ela também o recusa. Ela acaba casando com o sargento Troy (Tom Sturridge), um militar que ainda estava se recuperando de um trauma amoroso passado e se aproveita de sua fortuna para fins pessoais e de luxo.

Pode parecer confuso mesmo, mas é intrigante o fato de três homens com personalidades totalmente distintas se apaixonarem por Bathsheba. Ao longo do filme, você começa a se questionar o que é que ela tem de tão especial, mas compreende que as situações de vida de dois deles também influenciam no romance.

Apesar de ser feminista, trabalhadora (o que na época era um absurdo sendo mulher) e determinada, por diversos momentos, ela também se mostra frágil e indecisa. O contraditório é que ela se casa, envolvida por impulso e ciúme, justo com o homem de características e personalidades que tanto criticava.

A história acaba tendo uma reviravolta emocionante e faz a mocinha perceber que precisa se desprender de seu orgulho e teimosia para poder conquistar sua felicidade e seu verdadeiro amor.

Além de possuir uma fotografia e produção lindas que cativam, os figurinos usados por Bathsheba ao decorrer da sua história de vida pobre e rica, são um atrativo à parte. "Longe Deste Insensato Mundo" é agradável e faz com que o telespectador exprima sentimentos pelas decisões de Everdene despretensiosamente, quiçá se identifique em determinados momentos.

Ficha Técnica
Elenco: Carey Mulligan, Matthias Schoenaerts, Michael Sheen, Tom Sturridge, Juno Temple e Jessica Barden
Diretor: Thomas Vinterberg
Duração: 119 minutos

quarta-feira, 25 de maio de 2016

BBMAs: Britney Spears


Britney Spears e sua inesquecível apresentação no BBMAs 2016

Dia 22 de maio de 2016 ficará marcado para sempre para os fãs de Britney Spears. A premiação musical Billboard Music Awards (BBMAs) aconteceu em Las Vegas e foi aguardada por 9 anos desde a vergonhosa (sei que alguns viraram fãs da cantora nesta época justamente por conta da apresentação) e insossa apresentação no VMA de 2007.

A expectativa era grande, muito grande e causou todo um burburinho porque a cantora também recebeu o prêmio Billboard Millenium Awards, um dos mais tops da noite. Merecido!

Eu sou fanática pela Britney desde dezembro de 1998, quando assisti a "...Baby One More Time" pela primeira vez na MTV. Não lembro ao certo o que foi que aconteceu naquele dia e nem o motivo pelo qual continuo tão fã até os dias de hoje. Mas, ela me cativou de uma forma que até hoje nenhum (a) outro (a) artista musical me conquistou. Claro que, ao longo destes 18 anos, a minha paixão e fanatismo foram se transformando. Não sou mais daquelas de colecionar objetos, artigos, revistas ou CD`s físicos. Mas, continuo fã por demais, sempre acompanhando tudo o que a envolve. E mais ainda, com muita esperança.

Eu estava mega ansiosa por esta performance, com coração palpitando e querendo sair pela boca (coisa de fã) nos minutos que antecederam a abertura da premiação. A apresentação foi introduzida por um vídeo-resumo de todas as suas conquistas musicais até hoje e da lenda que ela se tornou para a música pop. Com um figurino vermelho arrasador, ela começou a performance com "Work Bitch" super dura. O nervosismo intrínseco pôde ser percebido no começo, mas ela conseguiu se soltar e se sentir mais à vontade ao decorrer das músicas.

A setlist contou com alguns mega sucessos e outras canções nada conhecidas pelo público que não é fã ou nunca se deu ao luxo de ouvir o "In The Zone" completo: "Work Bitch", "Womanizer", "I Love Rock N Roll", "Breathe On Me", "Slave For You", "Touch Of My Hand" e "Toxic", seu maior sucesso em quase 20 anos de carreira.

Com algumas trocas de figurino sob o mesmo maiô cavadíssimo vermelho arrasador com pedras e brilhos em locais estratégicos, Britney deu um gostinho ao mundo de 7 minutos e meio do que ela vem realizando em sua residência em Vegas, só que talvez um pouco mais nervosa.

Foi inteligente, se for pensar, porque ela já está na ativa fazendo isso há meses em sua residência e pode-se até pensar que foi uma jogada de marketing. Mas ela poderia ter se aproveitado da situação e ter trabalhado melhor em uma setlist com hits conhecidos mundialmente e coreografias originais dos sucessos, algo como uma performance saudosista e nostálgica. Principalmente porque a espera para uma apresentação solo em uma premiação dela não acontecia há 9 anos e também pelo fato de ser um medley com seus maiores sucessos!

Ela não é mais a mesma depois de tudo o que passou em 2007-2008. Suas sequências de danças são pobres, curtas e com pouca coreografia trabalhada que não vai mais além do básico que ela acha que ainda consegue fazer. Apesar dos carões, dos sorrisos lindos e genuínos, ela parece muito dura, quase um robô e com pouca flexibilidade do que conseguia-se fazer antigamente. Ela se tornou a mestra do bate-cabelo (como bate, gira, vira, embaraça e joga na cara!), de andar pelo palco e da coreografia de mão. Continua com algumas caras e bocas e com sua sensualidade de sempre. Mas nem um 1/3 de antigamente. É triste. Muito triste.

A apresentação foi super elogiada pela crítica em geral e inclusive pela maioria dos fãs. O público do BBMA`s gritava e vibrava com cada passo que ela dava, tudo conferido de pé, como ela merece.


Ela arrasou? Sim, na medida do possível, sim. Mas eu sei que ela pode muito mais! Em vídeos amadores de ensaios que saem por aí em suas redes sociais, ela parece se soltar muito mais do que no palco. Seu show em Vegas só foi ficar realmente melhorado nesta última temporada de final de 2015 e começo de 2016. Mas ainda não é o suficiente. Ao menos não para mim, uma super fã que vibra, chora, comemora, se orgulha, se queixa e vive emoções ao longo de sua carreira, conquistas, singles, etc.

A Britney Spears hoje é uma lenda do pop, que vai dar ibope, aumento de vendas e causar um burburinho estrondoso não interessa o que faça mais. Não importa se ela faça playback, se ela não dance mais como antes, se ela não solta mais os gritinhos tão famosos de suas turnês antigas como quem estivesse se divertindo, como em "Dream Within a Dream" e "The Onyx Hotel Tour" ou se suas caras e bocas e falas ao longo de seus shows parecem cronometradas e memorizadas, como em "Femme Fatale Tour" ou em algumas partes de Vegas mesmo. Porque é o que parece que a vida dela se tornou pós-colapso, algo robótico, sincronizado, cronometrado e certinho, como se ela estivesse fazendo um esforço enorme para que não saia da atual zona de conforto que se estabeleceu, para que não haja nenhum erro ou chave que possa desencadear outro colapso.

No entanto, é admirável que ela esteja ali, fazendo o que gosta (mesmo que às vezes não aparente e precise se reinventar) e da forma como quiser, sem se importar com a opinião alheia ou que falam sobre ela. Britney atingiu um nível em que ela não precisa se provar mais para ninguém, porque o lugar dela já foi conquistado e está muito bem marcado no universo pop.

Deixo claro que estou analisando ela no palco e em apresentações, porque se for avaliar vida real, posts em suas redes sociais e até mesmo as caras e bocas que faz em tapetes vermelhos e afins, ali você consegue enxergar o motivo pelo qual é fã ou ainda, o motivo pelo qual mantém a esperança acessa de que um dia ela possa verdadeiramente voltar a arrasar e ser ela mesma perante ao público.

terça-feira, 24 de maio de 2016

Álbum: "Thank You" - Meghan Trainor


"Thank You" Meghan Trainor... er... or not?

"Because you know I`m all about that base, about that base... no treble"... bom, você provavelmente já cansou de ouvir esse refrão diversas vezes. Hit instantâneo do mercado musical em 2014, inclusive alcançando o topo da Billboard Hot 100, a canção colocou em evidência Meghan Trainor, uma cantora e compositora que até então tentava emplacar a música para alguma outra personalidade famosa já conhecida na indústria.

Alguns pensavam que ela poderia ser "one hit wonder" ou ainda, que uma "gordinha" (considerada fora dos padrões estéticos e de beleza atuais) não poderia ir muito longe. Ledo engano. A mocinha sobressaiu e conseguiu  manter-se  nos charts musicais e nas estações de rádio com suas músicas chicletes do seu EP intitulado "Title", lançado primeiramente com 4 músicas e depois de todo o sucesso, como álbum em 2015.

Pois bem, como está virando costume na indústria musical, um novo CD veio pouco tempo depois. Em 13 de maio de 2016, "Thank You" chegou ao mercado. Com 12 canções na versão "standard" e 15 na versão "deluxe", o material chegou a ficar em terceiro lugar dos mais vendidos nos Estados Unidos. Já as críticas foram medianas e mescladas.

Lembro-me de ter lido uma vez uma entrevista que ela concedeu a um programa de rádio dizendo que sabe de uma fórmula para fazer músicas de sucesso e que um bom hit é aquele que agrada todas as gerações, entre crianças e idosos. Bom, pode ser que ela tenha alguma razão mesmo no que diz, mas dizer que todas as músicas de seu novo CD possuem essa fórmula, há discórdia. 

Se, em seu álbum de estreia ela chegou a inovar nas batidas e misturar algumas sonoridades dos anos 50, em "Thank You", em geral, ela parece que cai na mesmisse das tantas outras que adoramos e estamos acostumados nas paradas atuais e que possui vida útil de 3 meses no máximo. Algumas, no entanto, possuem aquela batida "gostosinha" que a consagrou em seu trabalho de estreia, como em "Watch Me Do" e na aleatória "Dance Like Yo Daddy".

O álbum é repleto de canções que se repetem, com batidas eletrônicas e mainstream, como na over "Champagne Problems". O material também conta com participações bem encaixadas do rapper Yo Gotti em "Better", LunchMoney Lewis em "I Love Me", sua mãe, Kelli Trainor, em "Mom" e R. City em "Thank You".

Os diferenciais são a mistura com instrumentos e composições próprias, algo raro atualmente, mas que agrada muito bem.  Sua voz soa impecável em várias faixas, principalmente nas baladas fofas de "Hopeless Romantic", "Just a Friend To You" (duas que soam como um acústico) e uma das minhas preferidas, "Kindly Calm Me Down", que combinou maravilhosamente com piano ao fundo. 

O material completo é um ode às mulheres (como em "NO" e "Woman UP") e a ela mesma, que brinca com sua atual boa situação, como na chata "Watch Me Do", na divertida "Me Too", na pseudo-reggae-rap "Better" e na "I Love Me", que enaltece a importância de manter-se com sua autoestima elevada mesmo que ao seu redor pareça o contrário. Às vezes, no entanto, há uma sensação de egocentrismo pela repetição do tema. Pode ser por isso que essas duas últimas músicas contaram com participações especiais, para talvez, dar uma "quebrada" no clima.

Ela também presta homenagens. Em "Friends", aos amigos; em "Mom", à sua mãe, que inclusive conta com uma gravação de uma conversa telefônica dela com a própria dizendo que a ama e aos fãs, na ótima "Thank You".

Com "Thank You", Meghan Trainor prova, mais uma vez, sua ótima qualidade vocal e se aventura bem por batidas hip-hop. Porém, é um material mediano, com poucos destaques e que faz você se perguntar se ela não estava enganada (ou se gabando!) quando afirmou que "sabe a fórmula do sucesso". Hum, talvez não desta vez, Meghan!


segunda-feira, 16 de maio de 2016

Filme: Cidades de Papel


Nota: 4 de 5

“Às vezes é preciso perder para encontrar”

“Cidades de Papel” é um filme baseado em um livro do autor John Green, famoso depois do sucesso de “A Culpa é das Estrelas”. O longa conta a história de Quin (Nat Wolff), um adolescente do ensino médio apaixonado por sua vizinha, Margo (Cara Delevingne), quem desaparece após a noite mais inesquecível da vida dele. O rapaz, então, resolve procurá-la após encontrar pistas deixadas por ela de sua localidade.

É engraçado o quanto o filme pode fazer você se identificar com a situação, não importa quantos anos você tenha. Margo é uma menina popular no colégio, perseverante e que adora um mistério. Sua característica marcante é o fato de fazer acontecer da forma como quiser e viver a vida como quer, mesmo que tenha que envolver outras pessoas para conquistar seus objetivos. Para ela, todos os dias podem ser intensos, marcantes e de coração pulsante. No entanto, ela está perdida; não sabe o que quer da vida, não sabe quem é.

Quin leva uma vida normal. Garoto inteligente, que sabe o que quer para o seu futuro, participa da banda do colégio e tem dois melhores amigos. No entanto, sua obsessão (e o que acreditava ser amor) por Margo desde criança, acaba por deixá-lo perdido e ele não sossega enquanto não a encontra.

Com seus dois melhores amigos e suas namoradas, eles partem em busca de Margo em uma viagem de carro, que vai mudar a vida de todos antes do baile de formatura.

O filme poderia ser mais uma comedinha romântica adolescente abordando tópicos deste universo que estamos acostumados a assistir. No entanto, vai além. A verdadeira história por trás da motivação da busca de Quin por Margo não é o amor que ele acreditava ter por ela, mas sim o fato de ele “desmistificar” e desprender seus sentimentos por ela, se firmar com o que acreditava e queria, mas que só fica claro para ele ao final do seu objetivo.

O mais interessante, no entanto, está em Margo. Para os mais conservadores, digamos que ela seja inconsequente ou uma adolescente rebelde. Porém, todas as suas ações são consequências do fato de ela não se conhecer verdadeiramente. Ela “desaparece” em uma missão para tentar se encontrar, pois é a forma como acredita que irá conseguir. Mas e aí, será que ela finalmente descobre quem é? E você?

Ficha Técnica
Elenco: Nat Wolff, Cara Delevingne, Justice Smith, Austin Abrams, Halston Sage, Jaz Sinclair, Cara Buono e participação de Ansel Elgort
Diretor: Jake Schreier
Duração: 110 minutos

quinta-feira, 14 de abril de 2016

Solidariedade




Uma vez que moramos em outro país, é inevitável que comparações aconteçam. Ao menos até determinado ano ou momento após uma real adaptação. Pois bem, algumas semanas atrás aconteceu algo curioso dentro do ônibus que me fez refletir e a chama da comparação se acendeu.

Um senhor, com uma garrafa de refigerante em mãos, um cheiro peculiar e um jeito relaxado, estava sentado à minha frente no ônibus e puxou a cordinha avisando ao motorista que queria descer. No entanto, o coletivo estava lotado e o senhor, com uma sobriedade questionável, começou a se levantar para se dirigir a uma das portas. Porém, mal teve a oportunidade de dar três passos e o motorista arrancou. Ele se desequilibrou, caiu no chão no meio do ônibus, esparramando o refrigerante em si e não conseguindo se mover mais. Eu e algumas pessoas ao redor oferecemos ajuda, recusada pelo senhor de imediato. Uma menina que estava com uma parte das costas do senhor em seu pé somente pediu, soando esnobe, para que ele retirasse logo dali. E não mais o olhou.

O coletivo continuou se movendo. Uma senhora gritou três vezes com o motorista e então ele parou. Foi até o senhor caído no chão, balbuciando coisas aleatórias e tentou levantá-lo, mesmo que o mesmo estivesse recusando. Com muito esforço, ajuda de outro rapaz e coisa de 5 minutos depois, conseguiram sentar o senhor.

O motorista então resolveu chamar a ambulância. Para isso, todos os passageiros tiveram que deixar o ônibus e esperar o próximo. Uma atitude nobre (ou seria padrão?) do motorista, mas, para a surpresa dos remanescentes que aguardavam no ponto o segundo próximo coletivo, o idoso saiu do ônibus parado tranquilamente, andando com certa dificuldade.

Um caso que poderia ter acontecido em qualquer lugar, claro. No entanto, o que me fez pensar foi a reação das pessoas ao acontecido.
1) O ônibus lotado e uma senhora com campo de visão limitado ao acontecido quem teve que gritar para o motorista, coisa de 2 paradas depois da queda;
2) A “frieza” para com a situação, visto que pouquíssimas pessoas ao redor ofereceram ajuda. A maioria simplesmente ignorou o fato e continuou preocupada com suas próprias atividades;
3) O soar esnobe da menina que pediu para o senhor “sair de cima dela”, porque as costas dele estavam “comprimindo” o seu pé.

Tá. Entendo que uma simples situação cotidiana pode ser uma questão polêmica e que renderia argumentações e linhas de pensamentos para diversos tópicos sociológicos, antropológicos e até filosóficos. Mas, sendo simples e comparando a situação superficialmente com os brasileiros e das experiências que já tive (inclusive desmaiando dentro de um coletivo também lotado no Rio de Janeiro), o meu sentimento foi de que sim, somos um povo solidariedamente superior. O que sinto por aqui é que as pessoas não são “frias” como dizem muitos, mas sim individualistas. Muito. Um sinônimo para uma palavra muito mais forte e evitável: egoísmo. Sem generalizar, uma vez que não é justo.