domingo, 3 de julho de 2016

Filme: “Amizades Improváveis”


“Amizades Improváveis” é eficaz, divertido e emocionante

Nota: 4 de 5

Não é de hoje que os filmes com pessoas especiais ou com algum tipo de deficiência, principalmente física, ganha destaque. Ultimamente, no entanto, ao invés de pensarmos que a história será triste ou de superação e até mesmo um drama pesado, eles vêm ganhando uma roupagem mais interessante e diferenciada, quebrando preconceitos de que as limitações do deficiente são um impecilho para se viver ou realizar sonhos. Os longas “Intocáveis” (“The Intouchables”) e “Como Eu Era Antes de Você” (“Me Before You”), são um exemplo disso. “Amizades Improváveis” (“The Fundamentals of Caring”), estreia do Netflix, é o caso semelhante mais recente.

Baseado no livro de Jonathan Evison, Ben (Paul Rudd) é um escritor aposentado que está em processo de recuperação após sofrer uma tragédia pessoal. Buscando algo rápido, ele resolve fazer um curso de 6 semanas e se torna cuidador de pessoas. Trevor (Craig Roberts) é seu primeiro paciente, um rapaz de 18 anos com um senso de humor peculiar, que sofre de distrofia muscular e que também possui um trauma pessoal.

A rotina de Trevor é a mesma todos os dias, até que Ben resolve embarcar em uma viagem para que Trevor possa vivenciar os locais que sempre teve vontade de conhecer na costa leste dos EUA. Ao longo do caminho, eles dão carona para Dot (Selena Gomez), uma garota autêntica e Peaches (Megan Ferguson), uma grávida ingênua e meiga. Sua participação é secundária, mas o desencadeamento de sua história é o ápice para o desenrolar do trauma de Ben. Inclusive, a forma como esta cena foi gravada em específico é delicada, mesclando as narrativas com o desfecho delas.

O longa é um tanto quanto curto para tantos acontecimentos e soluções dos problemas emocionais dos personagens principais, mas convence bem, apesar de que o excesso de palavrões é dispensável. As dificuldades do dia a dia de Ben com Trevor são mostradas com bom humor devido a personalidade dos dois. O relacionamento de Trevor com a mãe também é especial e espontâneo, sem lamúrias. A trilha sonora é boa e combina com as etapas da viagem. A fotografia é deslumbrante, principalmente o local em que Trevor tinha como meta de vida visitar.

Com boas atuações, o filme consegue transmitir a mensagem de que realizar seus sonhos não é impossível, especialmente quando se pode contar com amigos; que se abrir para novas propostas pode ser prazeroso e que em tempos de crise, você consegue enxergar possibilidades que talvez não aceitaria se não estivesse vivendo aquele momento, mas que se tornam cruciais para o futuro desenvolvimento pessoal.

Ficha Técnica
Elenco: Paul Rudd, Craig Roberts, Selena Gomez, Jennifer Ehle, Megan Ferguson e Frederick Weller
Diretor: Rob Burnett
Duração: 97min


sábado, 2 de julho de 2016

Filme: "Amor Sem Fim"


“Amor sem Fim” (“Endless Love”) é cheio de clichês, mas vale como uma distração

Nota: 2 de 5

O filme de 2014 é um remake do de 1981 e conta a história de Jade Butterfield (Gabriella Wilde), uma garota de 17 anos que aparenta ter um futuro brilhante em medicina. De família rica, seu pai, Hugh (Bruce Greenwood), é superprotetor e autoritário. Quando Jade se apaixona por David Elliott (Alex Pettyfer), um garoto humilde e com um passado conturbado, Hugh faz de tudo para mantê-los afastados.

O comportamento do pai de Jade é sutilmente explicado ao longo do filme, com um acidente que poderia ter sido evitado. Mas é aquela história… às vezes na vida precisamos enfrentar situações mais extremas para poder abrir os olhos e analisarmos as próprias maneiras.

O longa poderia até se garantir como um bom romance adolescente, mas se rendeu completamente aos clichês: a mocinha inocente (sem graça) e rica com um futuro traçado, o mocinho cavalheiro-romântico com boas intenções e pensamentos otimistas, o pai controlador, a mãe mais liberal e um irmão subestimado pelo pai. Soma-se isso ao fato de que a maioria das atuações não convence e também a rapidez dos acontecimentos, a falta de demonstrar a história mais elaborada e de dar mais importância aos ápices do filme.

A trilha sonora é excessiva, em cada parte que foi possível encaixar uma música ali, foi feito; deixou o filme carregado por faixas que muitas vezes não agregavam ou ainda desnecessárias, e em certos momentos até mesmo irritam o telespectador. A fotografia, no entanto, é singela e agradável.

“Amor Sem Fim” é mediano e descompromissado, um romance “antigo” que parece não se encaixar com o mundo moderno em que se é apresentado. Além disso, o filme estreou em uma época em que “A Culpa é das Estrelas” bombava nos cinemas. Ou seja, os adolescentes estavam focados em um outro tipo de romance-drama.

É aquele melodraminha que passa uma mensagem positiva de que tudo vai dar certo no final e debate, mesmo que de leve, questões sociais e de como a personalidade de uma pessoa é afetada quando, neste caso, se encontra o verdadeiro amor, não importando quantos anos você tenha.


Ficha Técnica
Elenco: Gabriella Wilde, Alex Pettyfer, Bruce Greenwood, Joely Richardson, Rhys Wakefield, Robert Patrick e Dayo Okeniyi
Diretor: Shana Feste
Duração: 104 min