quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Filme: Kick-Ass Quebrando Tudo

Kick-Ass Quebrando Tudo (“Kick Ass”) – Assisti dia: 30/07/2010



Nota: 4 de 5

As expectativas eram grandes. Considerado um filme super violento, Kick Ass prometia arrebentar. Literalmente. Conquistou as críticas nacionais, internacionais e fãs ao redor do mundo. Afinal, quem nunca sonhou em ser um super-heroi com super-poderes ou super-golpes ou ter seus super-fãs ao seu redor? Pois bem. É a partir desta premissa, que o filme começa.

Dave (Aaron Johnson) é um nerd (ou seria geek?) colecionador de histórias em quadrinhos que sonha em ser um super-herói, mesmo sem poderes ou nada demais em sua vida. Ele é um menino qualquer do colegial, que não é popular, as garotas não estão nem aí para ele e só tem mais dois amigos, também nerds.

O sonho dele em virar um super-herói é por querer ajudar as pessoas no combate à violência. Então, ele compra uma roupa de mergulhador em um site qualquer da internet e sai pelas ruas de Nova York tentando encontrar algum perigo (desde um gato que sumiu até tentar evitar um assalto a um carro) para impedir. É. Assim mesmo.

Claro que o plano não dá certo. Ele leva uma surra de parar no hospital. E que surra! Mas isso não faz com que Dave desista de seu plano. Pelo contrário, ele se recuperou graças às platinas colocadas em diversas partes de seu corpo. Isso altera o seu psicológico e faz com que se sinta mais resistente e forte. Além disso, um vídeo gravado de Dave em ação cai na internet e faz muito sucesso. O que serviu para alimentar mais ainda a força de vontade de ser um super-herói. E ele descobre que não está sozinho na cidade.

Big Daddy (Nicolas Cage) e Hit Girl (Chloe Moretz) são pai e filha que também se vestem com roupas de super-herói para tentar destruir tudo que possa estar relacionado a um acontecimento pessoal ocorrido no passado. Big Daddy quer vingança custe o que custar e treinou sua filha desde os 3 anos para que ela crescesse, aos atuais 11 anos no longa metragem, preparada para matar. E eles são bons. São muito bons.

Mas, o vilão do filme, Frank D’Amico (Mark Strong), quem está ligado diretamente e indiretamente à vingança tão desejada de Big Daddy, quer a morte de Kick-Ass porque acha que o garoto quem matou alguns de seus comparsas. A partir daí, o filme se desenvolve com essas três vertentes que se unem em interesses coletivos ao longo do filme, um tanto quanto violento, com um roteiro inovador perto dos lançamentos atuais e uma trilha sonora peculiar e marcante.

Apesar de a história ser previsível, os 117 minutos de filme não são cansativos. O diferencial está nas cenas de ação, retratadas pelo diretor Matthew Vaughn com tamanha realidade que dá até para se ter a sensação de compartilhamento das dores dos personagens. E ninguém tem dó de matar ninguém.

Outro destaque é o uso de artes cinematográficas para tornar algumas partes do filme mais divertidas e remetentes às histórias em quadrinhos. O jogo de câmeras acontece quase o tempo todo para deixar mais envolvente e fazer com que o telespectador não perca as emoções e os movimentos dos atores.

Com certeza, a estrela do filme é a menina de 11 anos, a Hit Girl (Chloe Moretz, de “500 Dias Com Ela”) que domina qualquer arma, espanca qualquer um, dá uma surra em geral e possui uma linguagem adulta, com xingamentos e palavrões. Suas habilidades inacreditáveis podem causar certo espanto do público, mas que convence a cada cena em que aparece.

O nerd e principal do filme, Dave (Aaron Johnson) foi muito cativante em seu papel, como um destaque. Já a revelação fica por conta de Big Daddy (Nicolas Cage, “A Lenda do Tesouro Perdido”), que conseguiu se desvencilhar um pouco de sua expressão apática comum em outros filmes. Mark Strong (“Sherlock Holmes”) mostrou, mais uma vez, o porquê é tão bom em papéis em que interpreta vilões.

Kick-Ass pode ser considerado o filme revelação do momento e que ninguém esperava. Diferente, violento e divertido, cumpre as obrigações que promete desde o início: briga, porrada e palavrão. Sem deixar de lado as clássicas características de romance, ação, aventura e comédia já corriqueiras em quase qualquer gênero. Mais do que um entretenimento, uma diversão garantida, incomum nas telas de cinema e que te fará pensar duas vezes antes de querer ser um super-herói de novo.

A continuação já está confirmada e com estreia prevista para 2012, sob o título de “Kick-Ass 2: Balls to the Wall”. E aí, o que esperar?

07/08/2010

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Filme: Atividade Paranormal

Atividade Paranormal ("Paranormal Activity") – Assisti dia: 16/07/2010



Nota: 3 de 5

O filme é de 2007. Mas depois de dois anos que foi distribuído para o resto do mundo. O custo de produção foi de míseros 15 mil dólares. E foi um sucesso inacreditável. Aliás, o sucesso de Atividade Paranormal se deve, praticamente todo, pelo boca-a-boca. Sabe aquele filme que você comenta com outra pessoa, que comenta com outra e por aí vai? Pois é, só que como hoje temos a internet, esse falatório foi um dos tópicos mais comentados por semanas no Twitter. E foi graças a isso, que virou um estouro de audiência.

Um casal de namorados juntos há três anos começa a vivenciar barulhos sinistros dentro de casa pela madrugada. Micah (Micah Sloat), o rapaz, resolve então comprar uma câmera para gravar os acontecimentos sombrios enquanto dormem, para tentar resolver o mistério. O filme é no estilo de "Bruxa de Blair", "Cloverfield" e "REC". Tudo é gravado da própria câmera da pessoa (com alguns cortes de edição. Inclusive, em algumas partes parece que há uma fuga da “realidade” mostrada, com cortes desnecessários, que poderiam ter sido evitados para não quebrar tanto o clima).

Katie (Katie Featherston) é a namorada de Micah, e a personagem principal do longa metragem, já que os acontecimentos a envolvem. É também o destaque do filme, com a melhor atuação, conseguindo demonstrar seus sentimentos visivelmente bem e fazendo com que os sustos que leva parecessem reais (tudo bem que o elenco é pequeno, apenas quatro pessoas atuam, mas ela consegue se sobressair).

O comportamento de Micah é diferente do de Katie em relação à paranormalidade. Ele faz muitas brincadeiras, alimenta a situação e demora a acreditar na circunstância em que se encontram. E fazer graça com isso, crendo você ou não, não é uma atitude muito “saudável”.

O roteiro foi bem elaborado pelas situações paranormais que o casal passa, conseguindo prender o telespectador; deixando-o apreensivo por querer sempre mais. Até poderia ter tido mais cenas de suspense no lugar de algumas do dia a dia dos namorados. Apesar de não ser baseado em fatos reais, dá para acreditar que poderia ser, se não fosse pelo final fictício, mas inesperado (os últimos 3 minutos do filme são mais eletrizantes que quase todos os 89 minutos de duração).

Para quem não espera nada do suspense/terror, pode garantir algumas horas do dia intrigantes e divertidas com o filme, que consegue manter o público com os olhos presos na tela esperando o próximo passo da atividade paranormal. Os que não gostam do gênero, melhor nem passar perto, porque também não será com esse filme que passarão a gostar.

Enfim, um filme que fez um sucesso inacreditável por causa da internet e garantiu sua continuação com data marcada para estrear: 22 de outubro de 2010 nos Estados Unidos. Aguardar para saber se conseguirá o mesmo burburinho do antecessor ou pelo menos algum para que cative os já conquistados admiradores e outros que ainda poderão surgir.

16/07/2010

Filme: A saga Crepúsculo: Eclipse

A Saga Crepúsculo: Eclipse (“The Twilight Saga: Eclipse”) – Assisti dia: 02/07/2010 e 03/07/2010


Nota: 3 de 5

Depois do sucesso inexplicável de “Crepúsculo”, todo o mundo passou a conhecer a história de amor quase impossível de uma humana e um vampiro à moda antiga. Os livros explodiram de vendas e os fãs ansiavam pelas próximas adaptações para as telas de cinema.

Com “Lua Nova”, o sucesso foi ainda mais estrondoso. Afinal, como perceberam que os maiores fãs da saga são meninas adolescentes, conseguiram mostrar o ponto fraco delas no cinema: o abdômen sarado de Jacob (Taylor Lautner). E deu certo. Para quem foi logo na primeira semana de estreia do longa, os suspiros e gritinhos empolgantes a cada cena do descendente de lobo, mostraram que a empreitada funcionou.

A espera por “Eclipse” era maior. E a responsabilidade também. Nos livros, foi um dos mais obscuros, com cenas de ação um pouco mais empolgantes, envolvendo algumas mortes e a criação paralela de um grupo de vampiros recém-criados. Ou seja, com a sede de sangue à flor da pele e mais fortes que nunca.

David Slade foi o nome escolhido para dirigir a terceira parte da trama para as telas de cinema. Nenhuma coincidência, já que havia ficado famoso pelo suspense/terror “30 Dias de Noite” (“30 Days Of Night”). Então se pensa: teremos um filme que envolverá mais cenas de ação e talvez até o lado mais sedento por sangue que originalmente deixou os vampiros conhecidos?

Era o que alguns boatos apontavam antes da estreia do filme. Mas, não há essa abordagem intensa de ação que conquistaria mais fãs, inclusive masculinos e mais velhos.

Bella (Kristen Stewart) está insegura em relação ao pedido de casamento feito por Edward (Robert Pattison) no segundo filme, e isto é demonstrado com a confusão de sentimentos que se instala no triângulo amoroso (mais intenso que nos dois últimos filmes), entre Jacob-Bella-Edward. Além disso, Victoria (Bryce Dallas Howard) é o nome por trás da criação do exército de recém-criados, que conta com a ajuda de Riley (Xavier Samuel), um recém-criado. O objetivo? Matar Bella. E ainda tem os Volturi, que aguardam ansiosamente a transformação da humana em vampira.

O filme se sustenta com a preparação para a chegada dos recém-criados na cidade de Forks. Isto faz com que o longa não tenha um personagem principal e de muito destaque. Como há muitas explicações durante os 124 minutos de filme, alguns coadjuvantes conquistaram seus 15 minutos de fama: Rosalie (Nikki Reed) conta sua história de como se transformou em vampira, e Jasper (Jackson Rathbone) é o responsável pela preparação dos lobos e da família Cullen para o confronto com os recém-criados. Mas quem consegue roubar a cena mesmo quando aparece na tela é Riley, o cúmplice de Victoria. Ele consegue transmitir toda a paixão que tem pela ruiva e a raiva absorvida pela vampira má por Bella.

Os efeitos visuais melhoraram quando comparados aos do filme anterior, principalmente na questão da matilha. A trilha sonora é praticamente igual a dos outros três filmes, alternativa, mas voltada para o rock.

Kristen Stewart continua com a mesma cara durante todo o filme, uma Bella apática e sem emoção, assim como nos outros dois da série. Robert Pattison conseguiu se sobressair em relação à sua curta participação em “Lua Nova” e Taylor Lautner consegue se manter, mostrando que não é só mais um corpo bonito.

Uma impressão que o telespectador pode ter em comparação aos outros dois filmes é de que o visual de Bella melhorou, já que ela aparece “bonitinha” na terceira parte do romance. Para os mais observadores, os cabelos (ou seriam todos perucas?) de Bella, Esme e Alice estão muito escuros e o de Rosalie, um loiro mais para branco. Seria um adicional para a “escuridão” envolvida no filme?

Para quem leu o livro, o filme até que conseguiu se manter harmônico com as 464 páginas do romance. Mas alguns leitores podem passar por certa irritação no cinema com partes distorcidas, inexistentes e outra que era para ter sido abordada no segundo filme, mas que entrou no terceiro.

Para os que não leram, mas acompanham a série no cinema, a sensação é de que esse é o melhor filme da trilogia até então. A dose de ação misturada com algumas risadas e o romance não tão clichê quanto nos outros filmes, se consolida como uma boa aventura de se assistir, exceto algumas cenas que podem contrariar o telespectador pelo comportamento muito conservador de Edward.

Ademais, fica como uma preparação para os próximos filmes que vêm por aí. “Amanhecer” foi dividido em dois: um para 2011 e outro para 2012. Esperar para ver se essa jogada de marketing vai se consolidar e se, com mais tempo de duração, a adaptação ficará mais fiel com o livro do que as outras três.

11/07/2010

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Filme: A Princesa e o Sapo

A Princesa e o Sapo (“The Princess and the Frog”) – Assisti dia: 08/07/2010


Nota: 4 de 5

Depois de 6 anos sem produzir nenhum filme em animação tradicional (o último foi em 2004, com “Nem Que a Vaca Tussa”), a Disney volta com suas tradicionais histórias de contos de fadas no longa “A Princesa e o Sapo”. O diferencial é a personagem principal: a primeira princesa negra dos estúdios Disney.

Em tempos de alta tecnologia, no qual as animações passaram dos tradicionais “cartoons” para um formato digital, os estúdios Disney apostaram mais uma vez na sua já consagrada fórmula de princesas em um formato tradicional, trazendo ao público adulto aquela sensação nostálgica, enquanto cativa os mais novos que não vivenciaram esta época.

O filme é ambientado na antiga Nova Orleans, e conta a história de Tiana, uma menina que vem de uma família humilde e ajuda a sua mãe no trabalho de doméstica na casa da mimada Charlotte. As duas acabam se tornando melhores amigas e o interessante é que não há inveja no relacionamento das garotas. Muito pelo contrário, a branca Charlotte acaba ajudando Tiana em um momento de necessidade.

O sonho da princesa negra é ter o seu próprio restaurante, tanto que ela trabalha em diferentes lugares nos dois turnos do dia e consegue economizar uma “gaveta” de dinheiro. Seu objetivo estava prestes a ser conquistado quando um sapo (que na verdade é o príncipe Naveen) aparece e lhe pede um beijo para quebrar o feitiço achando que ela é princesa. Inocente, Tiana acaba beijando o animal. Para o infortúnio dos dois, ela também acaba virando uma sapa. A partir daí, o casal parte em uma aventura para encontrar uma feiticeira no meio da floresta que sabe como desfazer o feitiço.

A Princesa e o Sapo” tem todos os ingredientes que fizeram de clássicos antigos da Disney um sucesso: um príncipe individualista, uma mocinha teimosa e determinada, músicas alegres e contagiantes, uma aventura na floresta com animais que são essenciais para a busca dos sapinhos, um amor envolvente e um malvado egoísta que se dá mal no final. Tudo isso misturado com risadas, suspense, romance e ação. E claro, uma mensagem positiva que serve como reflexão e pode ser extraída durante e no final do filme.

Os diretores são os mesmos de outros clássicos da Disney, como “A Pequena Sereia”, “Aladdin” e “Hércules” e semelhanças entre os personagens é o que não falta. Os traços do príncipe Naveen são muito parecidos com o príncipe da Ariel, Eric. Os do malvado Dr. Facilier são semelhantes ao de Jafar, de “Aladdin”. E ainda, os da princesa Tiana lembram a princesa Jasmin, também de “Aladdin”.

Aliás, para quem cresceu vendo os desenhos da Disney vão reparar que muitas situações de “A Princesa e o Sapo” são semelhantes (e outras até iguais) com outros filmes, como “A Bela e a Fera”, “A Pequena Sereia”, “Cinderella” e “O Rei Leão”. Mas isso não tira a magia encantadora que faz o longa metragem da princesa negra um excelente filme que se mantém fiel como um clássico. Para os colecionadores de títulos, uma diversão garantida para se ter em casa. Para os que adoram clássicos da Disney, um filme que com certeza cumpre as expectativas e é obrigatório para completar a coleção.

A Disney conseguiu, mais uma vez, mostrar o porquê é a número um em histórias envolvendo princesas, e a sua tradição em animações 2D continua com muita criatividade.

11/07/2010