domingo, 30 de outubro de 2011

Artigo: Jornalismo Esportivo

Desta vez, o professor pediu para redigirmos um artigo com o tema: "Jornalismo esportivo é só dar resultado de futebol?".

Texto corrigido pelo professor. Ele só fez uma observação dizendo que não concordava com o 4º parágrafo!


A alma do jornalismo esportivo no Brasil


No Brasil, o jornalismo esportivo é praticamente só futebol. Seja na televisão, no rádio, na web ou no impresso, o foco são as matérias relacionadas ao futebol, principalmente em relação ao placar dos jogos em campeonato. É até engraçado de presenciar as redações quando há o recesso dos campeonatos no país. Os meses de dezembro, janeiro e fevereiro custam a passar, tendo em vista que as matérias relacionadas ao futebol ocupam boa parte da programação dos veículos. E aí, é correr para conseguir driblar o tempo do telespectador, ouvinte ou leito, com outras notícias, sejam elas informativas ou não.

Até há comentários e matérias acerca de outros esportes, como vôlei, ginástica, basquete, judô e fórmula 1, mas são irrisórios se comparados com a quantidade de notícias relacionadas ao futebol. É como se o futebol fosse o protagonista ou o galã de um filme querido e todos os outros esportes, fossem coadjuvantes, ofuscados pelo principal. A cultura brasileira é enraizada ao futebol, não deixando abertura aos outros existentes. E a população também colabora. E muito. São raros os brasileiros que não gostam de futebol; que não acompanham os jogos pela televisão ou no estádio; que não querem saber quanto foi o resultado de todas as partidas.

Em parte, o jornalismo esportivo é só dar resultado de futebol, porque, normalmente, é o que importa para os telespectadores/ouvintes/leitores, é se o time do torcedor ganhou ou não, em que posição ele está na classificação geral, quando será o próximo jogo e quem foi o(s) responsável(is) pelo(s) gol(s). E, claro, torcer muito. Mas não se resume somente a assistir ao jogo, mas sim torcer, gritar, vibrar e chorar pelo time. São 90 minutos totalmente lúdicos, em que o torcedor foge de sua realidade, de seus problemas para se distrair. Às vezes, até passa dos limites e acaba criando confusão com os amigos ou na família e não se atendem ao que acontece nos "bastidores sujos" do futebol.

No entanto, no jornalismo esportivo, também há espaço para matérias diferenciadas. Mas isto normalmente ocorre quando é Copa do Mundo ou algum especial de um jogador ou time em específico que se destacou, machucou ou morreu. As crônicas e reflexões sobre como foi a jogabilidade de um jogador 'x' ou como um time jogou, estão escassas nos veículos de comunicação, porque a situação é pessoal e é difícil manter-se imparcial se você é um torcedor, porquê jornalistas também têm coração, sentimentos e gostos próprios.

Ultimamente, o que se tem visto muito no jornalismo esportivo são piadas e charges sobre determinado jogo, jogador ou polêmica que virou notícia, como uma forma do telespectador/ouvinte/leitor tentar se divertir com a situação futebolística alheia, seja esta positiva ou não. Mas isto é uma forma de entreter o espectador e não noticiá-lo corretamente.

Não falta espaço nos veículos de comunicação e nem fracos atletas de outros esportes para se comentar, retratar e noticiar. O que falta é a aceitação e gosto do público nas outras modalidades esportivas. No Brasil, com toda a influência do futebol, este espaço dificilmente será ocupado com tal propósito, mas sim por outras notícias, ou até mesmo, anúncios publicitários.

18/10/2011

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